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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
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A lesão de ligamento cruzado anterior é muito frequente em atletas, levando à instabilidade do joelho
A cirurgia de ligamento cruzado anterior é uma intervenção que visa devolver a estabilidade do joelho a um indivíduo que apresenta uma lesão nesta estrutura da articulação. De maneira simplificada, o procedimento consiste na transplantação de um enxerto no lugar do ligamento rompido — o que normalmente é feito por meio de uma artroscopia de joelho, uma técnica menos invasiva e que permite uma rápida recuperação do paciente.
Consagrada e padronizada mundialmente, a cirurgia de ligamento cruzado anterior vem sofrendo constantes aprimoramentos técnicos ao longo dos anos. O intuito é executar uma reconstrução cada vez mais anatômica, que alcance um resultado mais próximo do ligamento original, de modo que o indivíduo consiga retomar suas atividades e realizar movimentos com total segurança.
O ligamento cruzado anterior é uma estrutura fibrosa semelhante a uma corda, que fica localizada dentro da articulação do joelho e tem comprimento médio de 25 a 41 milímetros. Esta é uma estrutura constituída por dois feixes ou bandas, que ligam a região lateral do fêmur (o osso da coxa) à tíbia (um dos ossos que sustenta o peso da parte inferior da perna), auxiliando na movimentação.
A principal função deste ligamento é estabilizar a articulação do joelho no sentido da rotação, preservando estruturas internas como meniscos e cartilagens. Comumente abreviado como LCA, o ligamento cruzado anterior confere segurança para a realização de movimentos em que o indivíduo troca de direção ou gira o corpo sobre o joelho, impedindo o deslocamento excessivo da tíbia.
Entenda a lesão de LCA
A ruptura do ligamento cruzado anterior é uma das lesões mais comuns do joelho, e sua ocorrência normalmente está associada à prática de atividades esportivas que envolvem movimentação rápida, troca de direção e contato direto — como artes marciais, futebol e skate, por exemplo. A lesão também pode ocorrer em situações comuns do cotidiano que demandam torção e ligeira flexão do joelho.
A lesão de LCA consiste no estiramento ou ruptura das fibras do ligamento cruzado anterior, o que pode acontecer de maneira parcial ou total. No primeiro caso, apenas uma das bandas que formam a estrutura é rompida, enquanto a outra continua íntegra. A ruptura total é a mais frequente, sendo observada em 95% dos casos, e ocorre quando todas as fibras do ligamento são lesadas.
Os sintomas desta lesão são bastante característicos, e é muito comum que o paciente sinta um estalido e uma dor aguda no momento da ruptura. Além disso, o indivíduo sente dificuldade para caminhar sem apoio nos primeiros dias após se machucar. Quando a fase aguda passa, o principal sinal da ruptura de LCA é a sensação de instabilidade e insegurança, frequentemente descrita como “joelho falhando”.
Quando a cirurgia de ligamento cruzado anterior é necessária?
A cirurgia de ligamento cruzado anterior não é indicada para todos os casos, sendo possível conviver com a lesão dependendo das características, expectativas e necessidades de cada paciente. Em pacientes mais velhos que não apresentam sinais de instabilidade articular e não pretendem praticar atividades que exigem muito do joelho, por exemplo, uma abordagem conservadora com uso de medicamentos e realização de fisioterapia pode ser a melhor opção.
Para indivíduos jovens, que trabalham com atividades que exigem movimentos rotacionais do joelho ou que praticam esportes, a realização da cirurgia de ligamento cruzado anterior geralmente é indicada. Em geral, é preciso esperar cerca de 3 ou 4 semanas após a lesão para que a intervenção seja necessária, tempo necessário para que a reação inflamatória da entorse seja reduzida — minimizando assim as chances de formação de cicatrizes fibrosas que limitam o movimento do joelho.
Como é feita a cirurgia para reconstrução de ligamento?
A cirurgia de ligamento cruzado anterior é feita prioritariamente por artroscopia, um recurso que permite a reparação do tecido a partir de dois furos na região do joelho. Através dessas pequenas incisões, é inserida uma pequena câmera que permite ao cirurgião visualizar as estruturas lesionadas, assim como os demais instrumentos cirúrgicos necessários para fazer os reparos.
Caso o enxerto utilizado para substituir o ligamento rompido seja extraído do próprio corpo do paciente, é necessário realizar também uma incisão para a retirada da estrutura escolhida. O mais comum é que a fonte escolhida para retirada do enxerto sejam o tendão patelar ou dos músculos flexores. As opções de enxerto são identificadas pelo cirurgião ortopedista, que ajudará a determinar a melhor opção para cada paciente.
O procedimento da cirurgia de ligamento cruzado anterior consiste basicamente na remoção da estrutura lesionada, confecção de túneis nos ossos do joelho e inserção do enxerto que formará o novo ligamento. A fixação é feita com parafusos especiais e a articulação do joelho é testada antes de o cirurgião fechar as incisões. Todo o processo é feito com o paciente anestesiado e sedado.
Pós-operatório da reconstrução de LCA
O processo de reabilitação do paciente após a cirurgia de ligamento cruzado anterior não é considerado difícil, mas precisa ser seguido com cuidado e atenção. Nas primeiras semanas após a intervenção, é recomendado que o paciente permaneça em repouso relativo e use muletas para aliviar o esforço e carga do joelho. Nesse período inicial, o controle da dor e do inchaço são as prioridades.
Em seguida, são iniciados os protocolos de controle motor e fortalecimento muscular por meio de fisioterapia e, dependendo do caso, exercícios específicos de musculação. O retorno às práticas esportivas pode demorar alguns meses, e deve ser feito sempre de maneira cuidadosa e com orientação de especialistas em fisioterapia, educação física e ortopedia.
O pós-operatório da cirurgia de ligamento cruzado anterior é considerado longo, e demanda paciência. Não é possível apressar o processo de recuperação, e o retorno precipitado às atividades pode fazer com que o indivíduo tenha uma nova lesão no mesmo ligamento. O acompanhamento especializado e o respeito às recomendações do ortopedista são essenciais para o sucesso do tratamento.
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