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Lesão de Bankart

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
4 min. de leitura

Lesão de Bankart é bastante comum em luxações recidivantes, quando o ombro se desloca repetidas vezes

O ombro é a articulação do corpo com maior amplitude de movimento, por isso é uma área bastante sujeita a luxações. O deslocamento do ombro é uma das lesões mais comuns e ocorre quando a cabeça do úmero se desloca para fora da cavidade glenoide, causando dor intensa e desconforto.

Luxações graves podem provocar alguns danos às estruturas da articulação, tais como ossos, músculos, ligamentos, tendões e cartilagens, o que aumenta a instabilidade da região. Uma das consequências que a luxação de ombro pode trazer é a lesão de Bankart, que compromete o labrum. Entenda mais sobre a condição a seguir.

Lesão de Bankart: o que é?

A lesão de Bankart pode ser definida como a lesão do labrum anterior, estrutura responsável por envolver a glenoide e ancorar os ligamentos glenoumerais, que fornecem estabilidade ao ombro. Na luxação, o labrum da glenoide descola da escápula e ocorrem as lesões nos ligamentos glenoumerais.

Essa lesão foi descrita pela primeira vez em 1923 pelo médico inglês Arthur Bankart, sendo bastante comum em pacientes com luxações recidivantes, ou seja, quando aconteceram várias vezes. Esse tipo de lesão está presente em 80% dos casos do tipo.

Há situações em que a lesão no labrum da glenoide é tão grande que chega a atingir a parte óssea – nesse caso, ela é classificada como lesão de Bankart ósseo.

Sinais e sintomas da lesão de Bankart

Os sintomas da lesão de Bankart estão associados à luxação do ombro, já que a condição é uma consequência do deslocamento da cabeça do úmero. Além da dor intensa e deformidade no local, o paciente tem dificuldade para realizar os movimentos com o braço.

Causas da lesão de Bankart

O deslocamento do labrum da glenoide é motivado por luxações no ombro, que por sua vez são causadas por traumas diretos (quedas) ou indiretos (entorses em práticas esportivas), por exemplo.

As luxações recidivantes podem aumentar a instabilidade no ombro e provocar um desgaste excessivo na porção anterior da cavidade glenoide, fazendo com que atividades simples, como pentear os cabelos, causem uma nova luxação. Por essa razão, a condição precisa ser tratada corretamente para o quadro não se agravar.

Diagnóstico da lesão de Bankart

Assim como os sintomas, o diagnóstico está associado ao quadro de luxação de ombro. Nesse caso, é preciso procurar um serviço médico de emergência com atendimento ortopédico para uma avaliação do quadro. O médico ouve o relato clínico do paciente para entender o que motivou a luxação e faz exames físicos para avaliar a intensidade da dor, caso seja necessário.

Os exames de imagem são solicitados para visualizar a extensão e gravidade da lesão, tais como radiografias, ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Tratamento da lesão de Bankart

Como a lesão de Bankart é relacionada a luxações recidivantes, o tratamento cirúrgico é indicado para a grande maioria dos casos. Essa intervenção é necessária para evitar novos episódios de deslocamento e para que o paciente volte a ter estabilidade no ombro e tranquilidade para realizar movimentos com o braço.

Cirurgia para tratar a lesão de Bankart

A cirurgia pode ser realizada de modo minimamente invasivo, por artroscopia, ou de maneira tradicional, aberta. A escolha da técnica vai depender da gravidade do caso, resultado dos exames e das condições clínicas do paciente.

O cirurgião reposiciona a cabeça do úmero em seu local original na cavidade glenoide e repara os ligamentos lesionados utilizando âncoras para fixá-los ao osso, se for necessário.

Geralmente, a cirurgia aberta é indicada quando existe algum tipo de lesão óssea significativa associada. Para estabilizar o ombro, é realizada a cirurgia de Bristow ou Latarjet, que consiste em fixar com parafusos o coracoide, um pedaço da escápula, na cavidade glenoide para preencher a erosão e aumentar a superfície óssea.

Após o procedimento cirúrgico, o paciente deve tomar alguns cuidados, entre eles:

  • Tomar os medicamentos indicados pelo ortopedista;
  • Fazer uso de tipoia durante 30 dias para imobilizar o ombro;
  • Realizar sessões de fisioterapia para controle da dor e fortalecimento muscular.

Os pacientes podem retomar as atividades físicas ou treinos com movimentos esportivos a partir do quarto mês de recuperação, enquanto atletas de alto rendimento estão liberados para retornar as suas atividades depois de seis meses.

Prevenção da lesão de Bankart

Para prevenir a lesão de Bankart, o primeiro passo é buscar atendimento médico imediato se houver uma luxação para que o ortopedista reposicione a cabeça do úmero e indique o tratamento mais adequado para não haver recidiva.

A fisioterapia é uma importante aliada para fortalecer a musculatura da região e estabilizar as demais estruturas da articulação. Desse modo, evita-se o risco de novas luxações que podem ocasionar a lesão de Bankart.

Como um ortopedista especialista em ombro pode ajudar?

O acompanhamento médico com um ortopedista especialista em ombro também é fundamental para evitar o surgimento de lesões, já que esse profissional orienta sobre o modo correto de executar os movimentos esportivos de acordo com sua capacidade física, sem forçar a articulação do ombro.

Além disso, esse profissional possui todo o conhecimento necessário para diagnosticar e tratar a condição do modo mais adequado.

Entenda mais sobre esse tratamento agendando uma consulta com o ortopedista especialista em ombro, Dr. Rodolpho Scalize.

Fontes:

Dr. Rodolpho Scalize

Revista Brasileira de Ortopedia